segunda-feira, 5 de março de 2012

Muito Prazer



Rússia, Grécia, Síria, Pinheirinho...






Muito prazer. 






Eu sou o som que alimenta as vozes silenciadas. 






O som que faz alarde intenso dos conflitos que sentenciam o porvir. Tenho respeito por aqueles que vão à rua, que sofrem com gás de pimenta jorrado na cara, que acordam cedo para fazer um motim, para orquestrar uma rebelião de ideias.






Duas vezes ao dia, eu rezo para que Deus finja que exista e que continue sendo cordial com os alienados, pois sem sua fé intensa na família, no fomento do plano espiritual, na idolatria à mídia, no consumo devastador e no encanto viciante de ser inerte, eu jamais poderia ser contraponto. Minha existência seria nula!






Estou pronto para hoje ser uma pequena faísca no estopim que vai explodir no dia da maior vitória. Tenho ciência que perco o jogo muito mais do que ganho, mas é na intensa batalha perdida, que uma derrota se faz esperança.






Uso todos os clichês de revolução para abrir o destino do que é novo. Sei que ainda sou falho ao invadir as mentes de quem não aceita algo veridicamente estranho. Mas me imponho e impugno a tristeza que me consome quando como um hambúrguer e tomo uma Coca-Cola.






Traindo meu estômago moral, regresso às ruas e alamedas da discórdia e procuro uma digestão que seja subversiva o suficiente para cuspir de volta todo o blá-blá-blá adolescente e utópico inerente ao discurso das trincheiras.






Estou pronto para mais uma guerra.






Mas antes era necessário me apresentar:






Muito prazer,
Eu sou o som que alimenta as vozes silenciadas.


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